Pra começar já alerto que hoje é segunda-feira e este fato já consegue exterminar o sorriso do meu rosto por si só. Assim, pelo menos até as 18h. Então eu acho que é um belo de um bom momento pra botar pra fora umas coisas que eu ando tendo vontade de falar, assim, logo de uma vez.
Então, lá vai:
Explico.
Ultimamente eu ando de saco cheio de escutar besteiras e ficar quieta. Não que meu saco vá exatamente esvaziar, afinal, se eu falar pra todo mundo tudo o que eu realmente penso de todas as coisas que eu NÃO concordo, eu estaria solteira, desempregada, sem amigos e longe da família inteira há uns 9 anos. Mentira que da família inteira, mas de certos membros dela, com certeza. Porque né. Com 13 anos a gente já saca muita coisa. Só que tem algumas coisas que eu simplesmente cansei de discutir com as pessoas, sabe. Gosto, estilo e valores, por exemplo. Tá que eu não ganho rios de dinheiro e tampouco consigo me sustentar sozinha com a alfafa nossa de cada dia. A alfafa ganha mal dá pro sal do gado e pro leite das meninas, mas a gente faz o que pode. Só que é o que eu ganho cortando cana aqui, e eu gasto como eu bem entender, e eu devo pra quem eu quiser. Se eu gosto de gastar com shows, livros e discos, eu gasto. Se eu gosto se sapatos e roupas, eu gasto. Azar é o meu. Aliás, azar é o do Unibanco, né. Mas enfim.
Digo mais: se no meu carro eu só ouço música estranha, MPB ou punk rock aramaico de freiras cegas belgas de perna cabeluda o azar é de quem? É dos frentistas dos postos de gasolina que eu paro. Porque né amigo, se você tá de carona tá pago pra ficar quieto, concorda?
E não terminei: se eu gosto de dormir muito, quem é que tá perdendo tempo dormindo? Se eu gosto de sair correndo pelada na rua cantando ‘Minha Periquita’, quem é que paga mico? Se eu tomo quatrocentos remédios pra dor de garganta e depois tomo uma Coca Light bem gelada, quem é que se fode com imunidade baixa? É você? Não é, né? Então antes de se passar por boneca-inflável e ficar com essa cara de surpresa, vamos combinar uma coisa: eu sou assim. Certo? Todos entendidos? Ótimo. *
MUDANDO DE ASSUNTO
sexta-feira eu fui no Shopping Ibirapuera comprar o cd novo da Ana, N9ve. Entrei nas Lojas Americanas e achei lá, por R$19,90. Mas só que então. Acho tão tosco as Lojas Americanas. Como diz a Dé, você entra pelos esmaltes, passa por um túnel de ovos de páscoa, pelas calcinhas e potes de plástico até chegar nos cds, que aliás, ficam numa ZONA FRANCISCANA, mal dá pra entender onde fica o sertanejo, o góspel e o punk rock das freiras belgas. E ai, que triste um cd tão bacana dentro de uma sacola da AMERICANAS né, tipo. Enfim. Então que eu pensei que putz, vou na Saraiva. Lojinha aconchegante, bonita, organizada, com uma Starbucks cheirando café novo ali e taus, toda uma experiência de compra né. Então tá, subi os 3 andares, entrei na Saraiva. Tava lindo lá o cd, em destaque na entrada da loja… tudo maravilhoso, mas por R$24,90. Daí meu bolso deu um beliscão na minha bunda e me lembrou que nem rola dar 5 pilas pra Saraiva só porque ela é bonitinha, né. Daí voltei pras Americanas, fiquei 2 horas escolhendo qual capinha tava menos amassadinha nas pontas dentro daquele prástico tosco que eles embalaram e fui pra fila pagar.
Saí toda boba com meu cdzinho, abri, olhei, li o encarte e taus. Embalei bem embaladinho dentro da sacola da Americanas e fui pra praça de alimentação. Proletária que sou, comi no lugar que na matrix Preço x Qualidade fica mais bacaninha e tal. Daí veio a merda: aquela vontade louca de comer um doce. E ai… Amor aos Pedaços. Porque né, mnhamis. Mas daí eu pensei comigo: tá, se é pra pisar na jaca, vou escolher um bolo que esteja MUITO LINDO, e pegar uma fatia beeeem finiiinha, porque daí, das calorias, as menores. Fiquei 3 horas namorando a vitrine, escolhi um bolo lindo, todo recheado, cheio de frufrus e mon amour e tals. Chamei a moça e falei:
– Beeem finiiiiiiiiiiiinho.
E ela cortou realmente BEM fininho. Botou na balança. R$10,40.
Juro por Deus que a porra do bolo custou dez reais e quarenta centavos. Tipo, metade do preço do cd. Tipo, o preço da minha janta. Cara, sentei com vontade de comer aquele bolo por cada centavo que ele custou, e na primeira garfada a única coisa que me veio na cabeça foi:
– Puta que pariu, o bolinho de polvilho da minha tia Arlinda é melhor. E é de graça.
Fui pra casa meio decepcionada, juro por Deus. Porque eu nem gosto tanto assim de doce e com R$10,40 eu enfiava o pé num Mc Donald’s de uma vez. Caralho. Mas segue o baile, né. E eu sigo R$10,40 mais pobre e 968 calorias mais gorda.
FALANDO EM SER POBRE
ontem no supermercado eu notei quão bicha é o meu carrinho de compras. Produto de limpeza, flores, água, sopa, pepsi e areia pra gato. Porque ter gato e tomar sopa é coisa de mulherzinha. Ou de gay. Ou dos dois.
E FALANDO EM SER GORDA
acho que vou entrar na academia. De novo. Sabe quando você sente que precisar SAIR CORRENDO pra queimar banha? Tô super sentindo isso.
Pena que a única coisa que eu consigo focar agora na minha frente é uma tigela cheia dos bolinhos de polvilho da minha tia Arlinda.
Beijo da gorda!
* isso não é para ninguém em especial. É no geral, mesmo. Se a carapuça servir, já sabe.